Cursar um Mestrado nos EUA ainda é o sonho da maioria dos estudantes brasileiros. Afinal, a terra do “Tio Sam” conta com as melhores universidades do mundo – e essa é uma chance imperdível para ficar por dentro das novidades das artes, humanidades, ciências e tecnologia e claro ser apresentado ao seleto grupo de pesquisadores americanos.
Porém, apesar de todos esses atrativos, cursar uma pós-graduação nos Estados Unidos não é algo simples. Além da barreira da língua, você terá que se preparar financeiramente, pois, mesmo com bolsas de estudo, o custo de vida, dependendo da cidade, poderá ser alto.
Quer dicas para fazer um Mestrado nos EUA? Continue a leitura!
Como funcionam os cursos de Mestrado nos Estados Unidos?

Os mestrados nos Estados Unidos são divididos em: MA (Master of Arts) para os estudos relacionados às ciências humanas e MS (Master of Science) para aqueles nas áreas de ciências exatas e naturais.
Assim como no Brasil, também existem programas de mestrado acadêmicos e profissionais. Dependendo da área, os mestrados profissionais são muito indicados, sendo bem requisitados pelo mercado de trabalho. Por exemplo os mestrados em serviço social, belas artes e biblioteconomia.
Em geral, um curso de mestrado norte-americano tem a duração de 3 a 4 semestres, mas tudo dependerá da ênfase que será dada, já que é possível cursar mais ou menos créditos.
Apesar dessa diferença entre mestrados acadêmicos e profissionais, o que se vê hoje nos Estados Unidos é cada vez menos essa distinção. Já existem programas que permitem os estudantes combinarem estudos acadêmicos com orientações profissionais mais práticas – e até opções de mestrados e doutorados combinados.
De qualquer forma, é sempre importante visitar os sites das universidades americanas e ler muito bem os programas. Analise o currículo (degree requirements), o perfil dos alunos que cursam aquele programa (students profiles ou people) e, claro, entenda quais são os requisitos para ser admitido (application requirements).
Vale destacar que dentro de uma mesma universidade existem inúmeras escolas distintas – e cada uma delas poderá ter um processo diferente de admissão com requisitos também distintos.
Processos de admissão
Como dissemos, os processos de admissão variam entre cada universidade, porém existem algumas exigências que são comuns. Os documentos mais solicitados são:
- statement of purpose: um documento no qual o estudante explica em poucas palavras as suas ambições e as principais conquistas, como se estivesse contando a história da sua vida de forma resumida;
- oficial transcripts: é o nosso histórico escolar acadêmico. Lembre-se que o histórico oficial da sua universidade precisará ser traduzido de forma juramentada;
- letters of recommendation: são as cartas de recomendação que mostram o porquê você merece estudar no programa. Podem ser cartas de professores da graduação, dos seus chefes, do diretor da empresa onde você trabalhou, etc. Em algumas universidades, eles solicitam que você envie o contato da pessoa que escreverá a carta e entram em contato diretamente com ela;
- currículo: é necessário fazer a tradução do seu currículo para o inglês;
- language proficiency: quanto mais conhecida for a universidade, melhor terá de ser o seu nível de inglês. Na Harvard e Yale, por exemplo, são exigidas pontuações no TOEFL acima de 107 pontos, mas existem algumas que permitem notas acima de 95;
- test results: algumas universidades solicitam os resultados dos “standardized tests” que podem ser o GMAT ou GRE – provas que visam medir o seu conhecimento acadêmico. Elas são padronizadas para todos os cursos e é necessário um bom preparo, além de domínio do inglês;
- writing samples: normalmente são solicitados nos mestrados de humanas. É um teste de escrita com tamanho especificado pela universidade e tema a escolha do estudante.
O conjunto desses documentos é chamado “dossiê” e ele pode variar entre os programas e universidades.
Normalmente, os estudantes recebem os resultados entre dezembro e janeiro e as inscrições terminam em meados de outubro.
GRE e GMAT
Uma dúvida muito comum de quem está se preparando para fazer um mestrado nos EUA é o GRE e o GMAT. Como você viu, esse é um teste obrigatório para muitas universidades e ele pode ser realizado em algumas capitais brasileiras.
Em geral, o GRE é o teste mais exigido para os mestrados, enquanto o GMAT para os programas de MBA.
O GRE é composto por: verbal reasoning (mede a capacidade dos estudantes de avaliarem e analisarem materiais escritos, além de sintetizar informações), quantitative reasoning (mede a habilidade de resolver problemas usando os conceitos de álgebra, geometria, aritmética e análise de dados) e analytical writing (avalia, por meio de duas redações, o pensamento crítico e a capacidade de articular e dar suporte às ideias complexas com clareza e eficiência).
A pontuação média para ser admitido varia muito da universidade e do programa de mestrado.
Qual é o custo?
Nos Estados Unidos, não existem universidades gratuitas como aqui no Brasil. E os valores podem variar muito dependendo do programa, indo de 4 mil dólares a até mais de 20 mil dólares por ano (sem contar as acomodações).
Alguns programas de MBA podem ser ainda mais caros, passando da casa dos 30 mil dólares por ano. E você ainda terá de arcar com as despesas de hospedagem, alimentação, transporte, materiais de estudo, etc.
Bolsas de estudo e programas de financiamento
Como estudar nos Estados Unidos é algo caro, muitos procuram por bolsas e programas de financiamento. Nem sempre essa é uma tarefa fácil, mas existem algumas opções que podem lhe ajudar. Veja as principais:
- Comissão Fullbright: é uma das redes mais conhecidas de bolsas e patrocínios. Em geral, as bolsas oferecidas cobrem todo o valor pago com a faculdade (mensalidades) e ainda oferecem uma espécie de “mesada” para o estudante se manter. Porém, finalizados os estudos, o aluno precisa, obrigatoriamente, retornar ao seu país de origem. O site da Fullbright está sempre com editais abertos, vale a pena ficar de olho.
- Fundação Lehmann: possui parceria com a Harvard, a Stanford, a Teachers College, a Universidade de Columbia, a Universidade de Illinois, o MIT e muitas outras com bolsas para vários programas de mestrado. Os valores das bolsas variam dependendo da universidade, assim como as exigências. Você pode conferir os requisitos no site da fundação.
- Fundação Estudar: oferece o programa “Líderes Estudar” que é voltado para jovens brasileiros de até 34 anos de todos os cursos. As inscrições podem ser feitas pelo site do programa.
- OEA: é a sigla para Organização dos Estados Americanos que oferece bolsa para os países membros (o Brasil é um deles). Também oferecem programas de empréstimo sem juros. Para bolsas voltadas aos Estados Unidos, confira o site específico.
Além dessas, você ainda poderá tentar o “financial aid” que são programas próprios das universidades. Porém, é bem difícil conseguir bolsas integrais, em geral as universidades oferecem programas que pagam parte dos créditos dos estudantes. Você pode selecionar essa opção na hora que for enviar o seu dossiê.
Conclusão sobre Mestrado nos EUA
Como você viu, fazer um mestrado nos EUA é algo que exige bastante preparação. Seja em termos financeiros (já que a educação americana não é barata), seja em relação aos documentos e provas preparatórias exigidas.
De qualquer forma, essa é uma ótima oportunidade de se destacar no mercado de trabalho e vivenciar de perto o dia a dia das universidades mais reconhecidas em todo o mundo.
Depois de ler este conteúdo, ficou mais fácil começar a programar o seu Mestrado nos Estados Unidos? Ainda tem alguma dúvida? É só deixar um comentário pra gente!