Com tantas mudanças no setor trabalhista graças à reforma de 2017, o setor do direito do trabalho promete estar bastante aquecido, principalmente até que as novas alterações sejam entendidas e seguidas por trabalhadores e empregadores.
Independentemente das mudanças, contudo, a Justiça Trabalhista é uma das que mais contam com reclamações e processos – algo em torno de 4 milhões por ano, o que coloca o Brasil como o líder de processos nesse setor, a frente de países como os Estados Unidos, que contam com apenas 75 mil processos por ano.
Por tudo isso, especializar-se no direito trabalhista é algo que tem atraído a atenção de muitos advogados e o mestrado em direito do trabalho pode ser um divisor de águas na sua carreira, ajudando a abrir novas portas e a conseguir cargos diferenciados.
Quer saber mais? Continue a leitura!
Como é a área do direito do trabalho?
Como dissemos na introdução deste artigo, a área trabalhista é uma das mais aquecidas do direito – e também das mais tradicionais. Com tantos advogados no país (uma relação de quase 1 profissional para cada 209 habitantes), conseguir se diferenciar é extremamente importante para atingir melhores posições e salários.
Na área trabalhista, os salários podem ser muitos diferentes, dependendo da experiência do profissional, do local de atuação e do porte da empresa contratante. Em média, o advogado júnior, pode ter um salário de R$3185, enquanto um advogado trabalhista sênior pode ter ganhos mensais em torno de R$15 mil.
Mas, para conseguir os salários mais altos é preciso especialização e experiência. Com cada vez mais advogados interessados em seguir para a área trabalhista, também temos visto um aumento nos cursos de pós-graduações e de demais especializações, demandando por mão de obra preparada para atuar nas salas de aula e também pensando e organizando esses cursos.
Nesse sentido, o mestrado em direito do trabalho é uma ótima maneira de ingressar na carreira acadêmica e ampliar as suas possibilidades. Com o título de mestre, o profissional também poderá começar a se dedicar a pesquisa, atuando junto a organizações nacionais e internacionais.
Além de tudo isso, cada vez mais o mercado tem valorizado o profissional que possui essa titulação, já que ainda são raros os mestres atuando no mercado, o que ajuda a valorizar ainda mais essa mão de obra.
Para quem pensa em se dedicar a carreira pública, o mestrado também pode ser de grande valia, uma vez que a titulação conta pontos extras importantes na maioria dos editais, ajudando você a se posicionar melhor do que os apenas graduados.
Direito do trabalho: especialização ou mestrado?
Para atuar na área trabalhista, uma das vias mais comuns é fazendo uma pós-graduação em direito do trabalho.
Definir se o melhor é investir em uma especialização, um MBA ou um mestrado dependerá muito dos seus objetivos profissionais e da fase da sua carreira na qual se encontra.
Se você apenas deseja atualizar seus conhecimentos, por exemplo, pois já atua na área há um tempo, ou quer ter uma titulação um pouco mais densa para começar a buscar algo na área, uma especialização ou um MBA podem ser mais indicados.
Agora, se você pretende investir na carreira pública, deseja começar a lecionar em nível superior ou ainda quer se diferenciar no mercado, como um especialista em um ramo específico dentro do direito do trabalho, o mestrado é o mais indicado.
Porém, antes de se decidir, é sempre importante considerar:
- o quanto a titulação lhe ajudará a atingir as suas metas profissionais;
- a sua disponibilidade de tempo e possibilidade de dedicação aos estudos (já que o mestrado costuma ser bem mais “puxado” que as demais pós-graduações);
- o que você espera para a sua carreira;
- o quanto a área ou o escritório em que você se encontra valoriza a sua titulação e os seus estudos.
Mestrado acadêmico ou mestrado profissional em direito do trabalho: qual escolher?
Há alguns anos, os estudantes brasileiros que desejam cursar um mestrado têm mais uma opção: o mestrado profissional. Ele é mais voltado para a prática profissional e por isso visa unir os conhecimentos acadêmicos, com os do mercado, formando profissionais aptos a aplicarem seus conhecimentos teóricos e de pesquisa no dia a dia das instituições.
Ambos os mestrados garantem o título de mestre ao formado, porém decidir entre um e outro, novamente, dependerá muito dos seus objetivos profissionais e do que você espera com a titulação.
Para quem deseja seguir carreira acadêmica, se tornando um pesquisador, engatando um doutorado e investindo em lecionar em nível superior, o mestrado acadêmico ainda é o mais recomendado.
Porém, quem deseja usar a titulação de mestre como diferencial no mercado de trabalho, aplicando os conhecimentos teóricos no dia a dia da prática profissional, optar pelo mestrado profissional é o mais recomendado – uma vez que essa é a titulação mais valorizada pelas empresas em geral.
Como funciona um mestrado em direito do trabalho?
Tanto o mestrado acadêmico como o mestrado profissional costumam ter duração máxima de 2 anos, sendo que no primeiro ano o estudante poderá cursar disciplinas que sejam importantes para a sua tese, e no segundo desenvolverá a tese de mestrado.
O mestrado profissional, dependendo do programa, permite que os estudantes produzam como trabalho final uma tese que não seja estritamente uma pesquisa acadêmica, como com aplicações mais práticas, dependendo da área que se esteja estudando.
De qualquer forma, ao final dos 2 anos, o estudante deverá defender a sua tese para uma banca de especialistas composta pelo seu professor orientador e por outros pesquisadores especialistas na área escolhida, buscando demonstrar a relevância do seu trabalho.
Durante o curso, os mestrandos que desejarem poderão pleitear uma bolsa de pesquisa oferecida por órgãos como o CNPq, a Fapesp e a Capes, com valores médios entre R$ 1500 e R$ 2100.
Porém, vale à pena ressaltar que alguns desses órgãos estipulam que o mestrando não poderá ter nenhum vínculo empregatício, ou seja, é necessária dedicação total ao programa.
Onde fazer meu mestrado em direito do trabalho?
Existem muitas universidades públicas e privadas que oferecem o mestrado em direito do trabalho. A primeira dica é pensar qual deverá ser o tema que você deseja pesquisar, já que cada universidade adota uma linha de pesquisa diferente e o seu pré-projeto deverá estar de acordo com a linha da instituição.
Além disso, também vale dar uma pesquisada no site do Capes, o órgão que regula os programas de mestrado e doutorado no país. Ele possui uma escala que vai de 0 a 7 para dar notas aos programas de mestrado, sendo que os com nota 5 ou mais são considerados excelentes.
O ideal é optar por aqueles que tenham, no mínimo, nota 3, garantindo que o seu mestrado será feito por uma universidade séria e reconhecida pelo universo acadêmico e também pelo mercado.
E, então, com essas dicas, ficou mais fácil escolher o seu mestrado em direito do trabalho? Ainda tem alguma dúvida? Deixe um comentário pra gente!
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